‘Surto’ de violência: América Central lidera ranking de homicídios

Com base nos dados da Organização Mundial de Saúde, a situação pode ser considerada como violência epidêmica

22/07/2018
Por Eugenio Goussinsky
Publicado originalmente no R7

A América Central vive uma onda de violência que a coloca como a região com maior índice de homicídios no mundo.

Na média das ocorrências por 100 mil habitantes, 13 países da América Central estão entre os 20 mais violentos do planeta, segundo estudo do Instituto Igarapé, divulgado em abril último.

Como o último desta lista é Dominica, com 16,7 homicídios a cada 100 mil habitantes, a situação pode ser considerada uma epidemia, sendo relacionada inclusive à Saúde Pública.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que taxas acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes  caracterizam violência epidêmica.

Especialistas em geral associam essa violência à defasagem social que prevalece nesses países. Dificuldades econômicas, pobreza e desemprego impulsionam a criminalidade.

Mas o fato de os países estarem em uma rota de passagem de drogas da América do Sul aos Estados Unidos também influencia, alimentando as gangues e o tráfico locais.

A América Central, porém, repercute também fenômenos que se manifestam em regiões próximas, como a América do Sul e a América do Norte.

Tanto é verdade que, segundo o instituto, a América Latina como um todo tem 8% da população mundial e concentra 33% dos homicídios no mundo.

E mais de 130 grandes cidades latino-americanas e caribenhas, com mais de 250 mil habitantes, têm taxas de homicídios superiores a 25 para cada 100 mil habitantes, o que as coloca na lista das cidades mais perigosas.

Mas se é nas cidades e na urbanização que está um dos principais núcleos da violência, é também nas cidades que está a solução para a diminuição dos índices.

Documento do próprio Instituto Igarapé, divulgado no início deste mês de julho, aponta para uma série de soluções para a redução da violência no Rio de Janeiro, por exemplo.

O caminho mais barato e eficaz passa pela prevenção, mas também necessita de integração entre as polícias, eficácia das investigações, colocação de chips em armas e limites para compras de munição das polícias, entre outras ações.

Isso sem contar, é claro, a implantação de uma política social eficiente, baseada em investimentos em Saúde e Educação. A redução da violência, no geral, está calcada na especificidade de cada município.

Segundo artigo do Instituto, existem bons exemplos de inovações em segurança também na América Central. Para tanto, a redução desta violência resulta da combinações de medidas, que incluem abordagens mais balanceadas em policiamento e prevenção.

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