A necessidade de compreender as facções e seu papel
Nas últimas cinco semanas, o ‘Nexo’ realizou uma série de entrevistas com pesquisadores que lançaram obras sobre o PCC
09/09/2018
Por André Cabette Fábio
Publicado originalmente no Nexo
Em junho de 2018, Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública lançaram o seu Atlas da Violência. Elaborado com base em laudos médicos sobre cadáveres, registrados pelo Ministério da Saúde, ele contabilizou 62.517 homicídios em 2016, um recorde até então.
Em entrevista concedida ao Nexo, a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno, afirmou que um dos fatores que haviam levado àquele patamar fora o acirramento da violência entre facções criminosas.
Dois meses depois, outro documento que contabiliza os homicídios no país, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, indicou um novo recorde, este relativo a 2017. Elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Anuário usa como base os registros das polícias, que contabilizaram 63.880 assassinatos naquele ano.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor-presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima, voltou a ressaltar o papel da violência entre facções para explicar o recorde de assassinatos. “Vivemos uma guerra aberta entre as organizações criminosas em busca de territórios e dinheiro.”