Saiba quais são as áreas com maior número de roubos a pedestres no centro do Rio

Ladrões agem em trecho entre o Centro e a Lapa

27/04/2018
Por Elenilce Bottari
Originalmente publicado em O Globo

Trecho a Rua dos Inválidos e a Rua do Lavradio, na região central do Rio

 

RIO – A área em que estão localizadas as avenidas Gomes Freire e Mem de Sá e as ruas do Riachuelo e Lavradio é um endereço que não atrai apenas a boemia carioca: aquele trecho entre o Centro e a Lapa também está sendo muito frequentado por bandidos especializados em assaltar pedestres. Outros dez pontos da região com muitas ocorrências desse tipo de crime foram identificados pelo ISPGeo, um software desenvolvido pelo estado em parceria com o Instituto Igarapé, conforme reportagem do GLOBO desta quinta-feira. Com o programa, a polícia consegue saber, em tempo real, os locais e horários de maior frequência de roubos.

 

Pontos de maior concentração de roubos no Centro do Rio

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A ferramenta já ajudou o 9º BPM (Rocha Miranda) a derrubar o índice de roubos a transeuntes em sua área. Em março de 2017, a região do batalhão amargou o primeiro lugar do ranking de assaltos a pedestres no estado, com 762 registros. No mês passado, a estatística caiu para 460 casos, o que corresponde a uma redução de 39%. O software só foi definitivamente implantado no segundo semestre de 2017, após policiais passarem por um processo de capacitação para utilizá-lo.

 

— Há um consenso, entre autoridades das maiores cidades do mundo, de que estratégias de policiamento feitas a partir da identificação de manchas criminais representam a maneira mais eficaz de combate à violência. No caso do Rio, estamos falando de uma base de dados com quase um milhão de registros por ano. O software permite que agentes acompanhem em tempo real a evolução das estatísticas de 40 tipos de crime. Além disso, eles podem abrir um mapa com detalhes de suas áreas de atuação, como pontos de concentração de pessoas, redes de transportes e centros comerciais. Ou seja, tudo que atrai a atenção de assaltantes — disse Joana Monteiro, diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP) do estado, acrescentando que os recursos para o desenvolvimento do software foram conseguidos pelo Igarapé.

 

Ainda de acordo com Joana, estudos realizados no exterior comprovaram que 50% dos crimes de uma metrópole são praticados em, no máximo, 5% de seu território. Dados coletados pelo ISPGeo apontam que, no Rio, as ocorrências se restringem a 3,3% do território da cidade.

 

Diretora-executiva do Igarapé, Ilona Szabó defende uma participação maior da sociedade no planejamento da segurança pública e já estuda uma segunda fase do projeto, que permitiria ao Centro Integrado de Comando e Controle do estado monitorar se o policiamento está sendo feito nas manchas criminais apontadas pelo ISPGeo. (Colaboraram Allan Borba e Pedro Zuazo)

 

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