Onde a segurança pública vai desafiar Bolsonaro

Altas taxas de criminalidade fazem da segurança pública um teste de resistência para o governo federal. Celebrado como herói anticorrupção por parte da população, ministro Sergio Moro terá missão difícil.

Por Thomas Milz 

Publicado na DW

Ônibus e bancos incendiados, bombas na coluna de um viaduto – nos primeiros dias do ano, no Ceará, facções criminosas mediram forças com o governo estadual, que, antes da onda de violência, havia anunciado medidas contra a entrada de telefones celulares em presídios e mudanças no sistema prisional.

Nas penitenciárias, líderes de grupos criminosos realizam seus negócios com tranquilidade por telefone, meio pelo qual também emitiram ordens para os ataques. Estes seriam uma represália ao anúncio do governo estadual de querer pôr fim à divisão carcerária por facções. Atualmente, cada presídio no Ceará recebe criminosos de uma facção criminosa. Os ataques ocorreram depois de o recém-empossado governador, Camilo Santana (PT), ter anunciado que uma das prioridades de seu segundo mandato seria endurecer o sistema carcerário.

A situação no Ceará se tornou um caso para Sergio Moro, o ex-juiz federal que se tornou o rosto mais conhecido da Operação Lava Jato e condenou à cadeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O atual ministro da Justiça no governo do presidente linha-dura Jair Bolsonaro não assumiu apenas a responsabilidade por uma das principais bandeiras do novo presidente, o combate à corrupção, como também pela segurança pública. Sua primeira medida foi enviar a Força Nacional ao Ceará.

Moro está diante de uma tarefa enorme. Com mais de 63 mil assassinatos por ano, o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Em vários estados, as autoridades, assoladas por crises financeiras, estão perdendo o controle, enquanto o crime organizado se alastra. Os traficantes de drogas do Brasil são players internacionais, e o aparato de segurança, cheio de funcionários públicos corruptos, não consegue enfrentá-los. Milícias lideradas por policiais corruptos dominam áreas pobres, enquanto as facções controlam os presídios.

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