Um terço dos brasileiros teve amigo ou parente assassinado, diz DataFolha

O Globo

Maio, 2017

Para 78% do país, quantidade de armas em circulação eleva número de mortes

RIO – Um terço dos brasileiros diz ter ao menos um parente, amigo ou conhecido próximo que foi vítima de homicídio ou latrocínio (roubo seguido de morte), segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Instituto Datafolha.

Feita sob encomenda do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, como parte da campanha “Instinto de Vida”, a consulta ouviu 2.065 pessoas de 16 anos ou mais, de 150 municípios, entre os dias 3 e 8 de abril de 2017. Deste total, 35% delas afirmaram conhecer alguém que foi morto dessa forma violenta. Segundo o instituto, são pelo menos 50 milhões de brasileiros que tiveram contato próximo com uma morte violenta.

A pesquisa mostra ainda que 78% dos entrevistados creem que quanto mais armas em circulação, mais mortes haverá no Brasil. Esta informação deixa evidente que a maioria da população vê a necessidade do controle de armas como uma maneira de reduzir a violência no país.

Quando são analisadas apenas as respostas dos participantes negros, a incidência de pessoas que conhecem uma vítima de homicídio ou latrocínio sobe para 38%. Quando só os brancos são levados em conta, a taxa cai para 27%. Da mesma forma, essa porcentagem é maior entre pessoas do sexo masculino (40%) do que do sexo feminino (31%).

Ainda de acordo com a pesquisa, 12% dos entrevistados (cerca de 16 milhões de pessoas) perderam um parente ou amigo morto por policial ou guarda municipal, atingindo os 17% dos brasileiros entre 16 e 24 anos.

O levantamento mostra também que 12% das pessoas entrevistadas já sofreram ameaça de homicídio, 8% foram feridas por faca ou outra arma que não de fogo e 4% foram feridas por arma de fogo. Além disso, 17% afirmam ter algum parente, conhecido ou amigo que está desaparecido.

Para 94% dos participantes, o nível de homicídios é muito alto no Brasil. Para 96% deles, a redução da violência não está nas mãos apenas das polícias, mas poderia ser reduzida com a união das diversas esferas do governo.

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