Press Release: Estudo sobre minerais estratégicos alerta para necessidade de o Brasil definir seu papel na transição energética global

Estudo sobre minerais estratégicos alerta para necessidade de o Brasil definir seu papel na transição energética global

 

Relatório do Igarapé aponta potencial brasileiro de ser líder global para transição equilibrada e responsável, garantindo a relevância da perspectiva ambiental 

Amazônia concentra 30% das reservas conhecidas no país 

 

Um estudo lançado pelo Instituto Igarapé joga luz sobre o potencial do Brasil no mercado global dos minerais estratégicos, matéria-prima disputada na transição para uma energia verde. O relatório Minerais Críticos e Estratégicos do Brasil em um Mundo em Transformação apresenta um quadro amplo da diversificada oferta do país em minérios necessários para um mundo descarbonizado. E faz o alerta: o Brasil precisa definir seu papel e sua estratégia, se quiser responder à demanda mundial por energia renovável e garantir uma política socioambiental responsável na exploração de seus recursos naturais.

Esse alerta acontece no momento em que a demanda internacional por minerais estratégicos se acelerou. Os acordos climáticos e a prolongada guerra entre a Rússia e a Ucrânia geraram uma corrida dos países desenvolvidos por maiores reservas, já que é preciso muito mais minério para produzir a mesma capacidade de energia de origem fóssil. Na complicada geopolítica da transição energética, o Brasil pode ter um papel de destaque, aponta o estudo. 

A Amazônia Legal concentra 30% das reservas conhecidas de minerais estratégicos no país e o desmatamento ilegal da região é central na agenda climática global. A União Europeia e os Estados Unidos lideram uma ação conjunta para pressionar o governo brasileiro a se posicionar para um possível acordo de exploração desses minérios. O mercado de minerais estratégicos, como mostra o relatório, é dominado pela China – e a recente expansão dos Brics para países produtores desse minério trouxe mais tensão ao cenário.

“Nosso objetivo com o estudo é estimular o debate público, no país e no exterior, sobre o papel do Brasil na transição verde, e a posição que nossas reservas de minerais estratégicos ocupam nessa história. Buscamos oferecer insumos para uma conversa aprofundada, que contribua na elaboração de uma política energética e ambiental robusta”, diz Ilona Szabó, presidente do Instituto Igarapé.

O estudo mostra que o Brasil, apesar de ainda não ser um grande ator em boa parte desse mercado, abriga 94% das reservas mundiais de nióbio, 22% de grafite e 16% de níquel, além de representar 17% de terras raras, o terceiro maior depósito do planeta. “O Brasil tem potencial para se posicionar como um parceiro com credibilidade e responsabilidade para impulsionar seu portfólio diversificado de minerais estratégicos e, ao mesmo tempo, proteger a Amazônia”, diz o relatório.

Esse potencial, sustenta o texto, pode ser usado “para ditar as normas sociais e ambientais globais do mercado de minerais estratégicos”. A concentração das reservas de minerais estratégicos na Amazônia Legal coloca um dilema real, a ser  enfrentado globalmente. Segundo o estudo, há o risco de que “a busca para resolver os riscos da crise energética possa desencadear uma crise climática mais profunda e irreversível”. Por isso, aponta, torna-se essencial a busca de um amplo consenso social sobre a importância da proteção ambiental e cultural para a extração de minerais estratégicos.

“Precisamos não apenas discutir os custos e benefícios da exploração desses minerais que estão na matriz da transição energética, mas de quem são os custos e para quem são os benefícios”, afirma Ilona Szabó. 

O Brasil tem uma história conturbada de tensão e conflito sobre a propriedade e controle dos recursos minerais e, como aponta o relatório, os discursos e políticas sobre minerais estratégicos tendem a priorizar os interesses econômicos em detrimento das preocupações ambientais e sociais. Os incentivos do setor privado para investir no midstream (processamento) e downstream (distribuição, logística e comercialização) de minerais estratégicos são limitados, diz o estudo, concluindo ser  improvável uma mudança nesse cenário sem o apoio do Estado ou de um mercado forte.

 

Acesse o estudo completo

 

Mais informações: raphael.lima@igarape.org.br; joao@pensatacom.br; press@igarape.org.br

 

Sobre o Instituto Igarapé:

O Instituto Igarapé é um think and do tank independente, que desenvolve pesquisas, soluções e parcerias com o objetivo de impactar tanto políticas como práticas públicas e corporativas na superação dos principais desafios globais. Nossa missão é contribuir para a segurança pública, digital e climática no Brasil e no mundo. O Igarapé é uma instituição sem fins lucrativos e apartidária, com sede no Rio de Janeiro e atuação do nível local ao global. 

 

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