Pesquisa analisa políticas latino-americanas de vanguarda na área de segurança

mcs[Press Release] 15 de junho de 2016

Publicação do Instituto Igarapé, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Fórum Econômico Mundial será lançada durante o Fórum Econômico Mundial para a América Latina, esta semana em Medelim

O que realmente funciona para reduzir a violência? Uma nova publicação reúne dez exemplos de políticas inovadoras aplicadas por cidades da América Latina que tiveram resultados positivos concretos. Em comum, todas adotam uma abordagem que privilegia a prevenção e entende que segurança pública não é sinônimo de policiamento, aprisionamento e endurecimento de penas.

Making Cities Safer: Citizen Security Innovations from Latin America (Como tornar as cidades mais seguras: dez casos inovadores na América Latina) é co-editada pelo Instituto Igarapé, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) e será lançada durante a edição para a América Latina, a partir desta quinta-feira (16).

“As cidades da América Latina são um laboratório perfeito para inovação em políticas de segurança cidadã. Apesar de ser uma das regiões mais desiguais e violentas do planeta, a região tem transformado dificuldade em oportunidade”, justifica Robert Muggah, diretor de pesquisa do Instituto Igarapé e um dos autores do estudo.

“Apesar de as estratégias nacionais serem essenciais, são as cidades que as põe em prática de forma mais focalizada, garantindo resultados. Nas últimas duas décadas, as políticas públicas de cidades de médio e grande porte foram as principais responsáveis por progressos notáveis em redução de homicídios”, completa Muggah.

Cidades como Belo Horizonte (Brasil), Ciudad Juarez (México), Kingston (Jamaica) e a própria Medelim (Colômbia), que sedia o evento do FEM este ano, conseguiram reduzir drasticamente alguns dos principais indicadores de insegurança. Segundo o estudo, estratégias claras pensadas a curto e longo prazo, focadas em situações de risco, tanto geográficas quanto sociais, foram fatores determinantes para melhorar a segurança nas cidades. Cada capítulo analisa o contexto e descreve a intervenção realizada e seu impacto sobre os indicadores de segurança.

“A produção de dados é uma peça chave para a implementação de uma política pública eficaz. Infelizmente, a região não dispõe de muitos dados. Apenas 6% dos programas de segurança cidadã da região preveem uma fase de avaliação [conclusão de levantamento realizado pelo Igarapé e parceiros a partir de  1.300 intervenções em mais de 19 países, entre 1998 e 2013]”, sustenta Ilona Szabó, diretora-executiva do Igarapé e também co-autora de Making Cities Safer. Também assinam o texto Ruddy Wang, coordenador de campanha do Igarapé e as pesquisadoras do BID Nathalie Alvarado e Lina Marmolejo.

“Em 2015, 47 das 50 cidades mais violentas do mundo estavam da América Central, Caribe e América do Sul, e 32 delas no Brasil, mas temos bons modelos de cidades que conseguiram reverter este quadro negativo, como Belo Horizonte, Bogotá, Kingston, Medellin, por exemplo. O desafio continua sendo a continuidade das práticas e suas conexões com políticas de desenvolvimento socioeconômico. Mas enquanto algumas cidades estão melhorando, outras estão se tornando mais perigosas. É importante disseminar bons exemplos para que eles sejam adaptados a outras realidades”, afirma Szabó.

Fórum Econônimo Mundial – edição América Latina

Os diretores do Igarapé também participam do evento em Medelim. Ilona Szabó participa de uma painel sobre o futuro das políticas de drogas no dia 16; no dia seguinte (17), Robert Muggah fala sobre soluções inovadoras e uso da tecnologia no combate à violência. O evento será transmitido ao vivo pela página do Fórum:

Os dez casos de sucesso em redução da violência

  1. Bolívia – Estratégias locais de prevenção e atenção de violência de gênero
  2. Brasil – Belo Horizonte: programa Fica Vivo
  3. Brasil – Rio de Janeiro: Unidades de Polícia Pacificadora (UPP)
  4. Chile – Valparaíso: Programa aplicado para melhorar o bem-estar
  5. Colômbia – Plan Cuadrante
  6. República Dominicana – Plano de Segurança Democrática.
  7. Honduras – Projeto de paz e co-existência cidadã na região de San Pedro Sula
  8. Jamaica – Desenvolvendo competências e educação
  9. México – Todos somos Juarez
  10. Venezuela – Sistema integrado de estatísticas criminais para a área metropolitana de Caracas.


Mais informação:

How to make Latin America’s most violent cities safer. The Guardian. 13 de junho de 2016. Artigo de Ilona Szabó e Robert Muggah

Latin America’s cities: unequal, dangerous and fragile. But that can change. World Economic Forum. 13 de junho de 2016. Artigo de Ilona Szabó e Robert Muggah

En crimen y violencia, debemos aprender de los éxitos de América Latina. Sin Miedos. Junho de 2016. Artigo de Ilona Szabó e Robert Muggah

O Instituto Igarapé utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e nossos Termos de Uso e, ao continuar navegando, você concorda com essas condições.

Pular para o conteúdo