O impacto da violência no acesso à saúde nas comunidades de baixa renda

Este estudo pretende mensurar o grau em que a exposição à violência compromete o acesso aos serviços de saúde para a população de baixa renda. Para tanto, foi realizada uma pesquisa domiciliar a uma amostra de 1.200 pessoas residentes em 4 favelas do Rio de Janeiro. A exposição à violência foi operacionalizada de duas formas:

• através da escolha de locais de diferente incidência de violência. Assim, foram escolhidas 2 comunidades com UPP, a princípio com menores de violência, e outras 2 sem UPP;

• por meio de perguntas que indagavam sobre a percepção de segurança ou insegurança de cada indivíduo. De fato, as duas operacionalizações da exposição à violência apresentaram resultados muito semelhantes.

O impacto da violência sobre a oferta dos serviços parece ser maior do que sobre a demanda, pois 31% dos entrevistados na favela mais violenta afirmou ter ouvido de profissionais de saúde que faltaram ao trabalho no local por causa da insegurança, e 34% soube de fechamentos temporais do serviço pelo mesmo motivo. Em suma, a restrição da oferta, e em menor medida da demanda, de serviços de saúde pela violência afeta a uma minoria da população e apenas em contextos em que os níveis de violência armada são muito elevados. A simples presença de grupos armados irregulares, por exemplo, não é suficiente para causar esse efeito.

 

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