Bolsonaro nos quer armados, e mortos

Publicado em Folha de S.Paulo

Com Instituto Igarapé

Premissa: e se o Presidente da República não somente ignora mortes, mas nelas sente prazer? Suponhamos, por um segundo, que estejamos sendo governados por um presidente clinicamente sádico com traços de sociopatia. Aceita a premissa, pergunto, em seguida: sociopatia dá impeachment? Se ocultar dados em uma pandemia em ascensão ou armar a população num país com taxas endêmicas de violência armada não forem atos sádicos, não sei o que mais eles seriam.

Presidente, 22 de abril de 2020: “É escancarar a questão do armamento aqui. Eu quero todo mundo armado. Povo armado jamais será escravizado.” Irônico vindo de um governo que entende escravidão como benéfica, vide Sergio Camargo. “Estou armando o povo porque não quero uma ditadura.” Irônico, novamente, vindo de um governo que celebra a ditadura, vide Ustra. No último dia 5, o presidente ligou os pontos: “[isentar importação de armas de impostos] é uma boa medida que vai ajudar a todo o pessoal dos Artigo 142 e 144 da nossa Constituição”. Qual outra interpretação os juristas saudosos de 1964 nos venderão desta vez para dizer que esta frase não passa de uma platitude?

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