A Violência Contra Mulheres na Amazônia Legal nos Últimos Cinco Anos

A Amazônia, conhecida por sua biodiversidade, é palco de intensas disputas geopolíticas em torno da exploração de seus recursos naturais, com a presença de diversos atores econômicos relevantes, grupos ilícitos e atividades criminosas.

Entre as várias atividades ilícitas presentes no cotidiano da região, podemos destacar a exploração madeireira, a agropecuária com impacto ambiental negativo, a mineração ilegal, especialmente de ouro, a grilagem de terras e outras formas de degradação ambiental. Essas atividades criminosas na Amazônia vão além da destruição da biodiversidade das florestas, revelando também a fragilidade institucional por meio de complexas redes criminosas que favorecem o narcotráfico, a exploração sexual infantil, o trabalho escravo e elevados índices de violência em suas mais variadas formas.

A Amazônia é uma região marcada por diversas camadas de violência, baixo desenvolvimento e qualidade de vida reduzida para sua diversificada população. Os altos índices de homicídios na região, que possui uma taxa de mortes violentas intencionais 45% maior do que a média nacional e está entre as seis cidades mais letais do Brasil, evidenciam uma situação de violência desmedida e persistente.

Embora a taxa de homicídios seja o parâmetro mais utilizado para medir violência no mundo, ela oculta a realidade brutal da experiência de vida das mulheres, que são as principais vítimas de todos os tipos de violência, exceto dos homicídios. Na região amazônica, isso não é diferente.

Nesse sentido, as mulheres estão expostas a uma maior variedade de violências consideradas “menos graves”, por não resultarem diretamente em morte, em comparação aos homens. Contudo, os assassinatos de mulheres muitas vezes representam a fase final de uma sucessão de agressões.

Considerando a desproporcionalidade da vitimização feminina em todas as formas de violência não letais – que muitas vezes não recebem a atenção necessária na formulação de políticas públicas e nos debates sobre o tema – constantemente marcados pela falta de padronização e confiabilidade nas fontes de dados –, a plataforma EVA e as produções que dela derivam buscam contribuir com a sistematização e análise de dados. O objetivo é mapear e entender os padrões das violências contra mulheres, fornecendo subsídios para o planejamento de políticas públicas baseadas em evidências, capazes de modificar a realidade adversa.

Este relatório faz parte dessa contribuição e apresenta o cenário da violência contra mulheres na Amazônia nos últimos cinco anos.

 

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