Durante as Olimpíadas do Rio de 2016, o Instituto Igarapé desenvolveu o rio.CrimeRadar, uma plataforma digital que usava aprendizado de máquina para calcular taxas de criminalidade em diferentes bairros da cidade do Rio de Janeiro. O software processava mais de cinco anos de dados sobre crimes coletados pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro para determinar os riscos relativos de crimes para a próxima semana. O aplicativo foi concebido e desenvolvido pelo Instituto Igarapé, em colaboração com a Via Science e a Mosaico.
Atenção: o aplicativo continua no ar para simples visualização. Porém, os dados não estão sendo atualizados, e as previsões tendem a perder relevância ao longo do tempo.
Pesquisas mostram que crimes violentos e crimes contra a propriedade não são apenas altamente concentrados em locais específicos (ou hotspots), mas também tendem a ocorrer em intervalos previsíveis. Há fortes evidências de que quando o nível de crime é reduzido nesses hotspots, a taxa criminal na cidade como um todo também pode registrar redução significativa.
Atualmente, o Igarapé vem desenvolvendo o CrimeRadar para uso exclusivo das polícias. O software permite às corporações policiais integrar dados de localização geográfica (GPS) das guarnições, e aos comandantes visualizar mapas em tempo real com as posições dos policiais bem como os locais onde a probabilidade de crime é maior. Além disso, quando os dados de GPS não estiverem disponíveis, um aplicativo de smartphone é fornecido para rastrear a localização dos policiais. A solução pode ser usada pelas polícias como uma solução de baixo custo para rastrear os locais das viaturas, carros de bombeiros e ambulâncias.
Ao aumentar a consciência situacional, o CrimeRadar pode melhorar o planejamento e a alocação de recursos da polícia, contribuindo para:
O Instituto Igarapé formalizou uma parceria com a Polícia Militar do Santa Catarina e com pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, para desenvolver e testar o CrimeRadar como ferramenta de auxílio ao planejamento operacional policial.
Os pilotos da CrimeRadar ocorrerão em 2019 em cidades selecionadas em Santa Catarina. Um Experimento Aleatorizado será implementado em 2020 para avaliar a eficácia do CrimeRadar no planejamento de patrulhas e operações programadas. Serão avaliadas mudanças nos níveis de criminalidade, tempos médios de atendimento e confiança pública na polícia. Os resultados do estudo serão publicados em jornais acadêmicas e apresentados em uma mesa redonda com especialistas em criminologia, direitos civis, direitos digitais e outras áreas relacionadas.
Além disso, o Instituto garantiu recursos para replicar a iniciativa na África do Sul, a partir do segundo semestre de 2019. O projeto envolverá duas fases: (i) desenvolver e pilotar o aplicativo com uma Polícia Metropolitana desse país; e (ii) ampliar a iniciativa com até cinco pilotos no Brasil, na África do Sul e em outros locais.
O CrimeRadar poderá ser disponibilizado para outras corporações policiais mediante solicitação. Para usar a ferramenta, a corporação policial deverá obedecer a padrões rígidos de transparência e prestação de contas. O Instituto Igarapé apoiará as polícias para garantir que os padrões sejam cumpridos.
Os requisitos são apresentados abaixo, juntamente com a instituição responsável. Estes requisitos seguem as recomendações do grupo de trabalho FAT / ML: