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Relatório Anual

Carta das diretoras

O ano de 2023 marcou a consolidação de um novo momento para o Instituto Igarapé e, ao mesmo tempo, representou uma renovação de votos com suas origens. Adaptamos nosso curso de acordo com os desafios emergentes e, por isso, a segurança climática e ambiental vem ganhando importância em nosso trabalho. Quando o instituto foi criado, tomamos emprestada essa palavra “igarapé”, que, em Tupi, significa “caminho da canoa”, para expressar nosso desejo de conectar temas e setores da sociedade e levar soluções do Brasil para o mundo e do mundo para o Brasil. Agora, a Bacia Amazônica está no centro de pesquisas, parcerias e propostas que desenvolvemos e apresentamos no diálogo com tomadores de decisões públicas e corporativas. 

 

Nesta versão resumida e interativa do relatório – uma alternativa à tradicional versão completa no formato PDF, detalhamos como estamos fazendo isso sem deixar para trás desafios nas áreas de segurança pública, segurança digital e cooperação internacional. 

Alguns marcos importantes no percurso deste rio

Monitorando e combatendo
crimes ambientais

A criminalidade que impacta o clima envolve crimes ambientais, crimes violentos, crimes econômicos e infrações normativas, só para citar alguns exemplos. Em junho, o Igarapé lançou a primeira publicação da série “Siga o dinheiro“, sobre como a lavagem de dinheiro faz parte dessa engrenagem criminal na Amazônia. A abordagem pioneira tem contribuído para que atores-chave deem mais atenção ao tema. A Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla) anunciou que os crimes ambientais estão entre seus temas prioritários para 2024. Publicações do Igarapé também subsidiaram o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Abordamos, ainda, violências contra defensoras ambientais em pesquisa e guias. Os trabalhos repercutiram na imprensa e foram apresentados em eventos como Diálogos Amazônicos da Cúpula da Amazônia.

Cooperação regional
pela floresta em pé

O Igarapé tem dedicado muitos esforços à promoção da colaboração entre países pan-amazônicos, buscando soluções em diálogo com autoridades e no debate público. Em março, realizamos o evento “Superando crimes ambientais”, o primeiro de uma série de encontros regionais, com a Interpol e a Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos (Aiamp). Dele, nasceu um Grupo de Trabalho para abordar os crimes ambientais na Amazônia dentro da Red Jaguar, rede formada por policiais ambientais dos países iberoamericanos. Participamos também da construção da Cúpula da Amazônia, realizada em agosto, em Belém do Pará. O evento foi marcado pela inclusão do enfrentamento aos crimes ambientais na Declaração de Belém, assinada pelos oito países amazônicos, uma conquista pela qual trabalhamos muito.

Investimento responsável
para uma transição verde

Criar condições para que novas economias se desenvolvam na região amazônica é um passo essencial para a redução do desmatamento. Em janeiro, o Igarapé apresentou no Fórum Econômico Mundial a plataforma Amazônia In Loco, que reúne mapas e gráficos interativos para ajudar os setores privado e público a reduzir riscos e melhorar resultados de investimentos na região. Também colaboramos com o Plano de Transformação Ecológica e para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, ambos do governo federal brasileiro, apresentando de subsídios técnicos e fomento do debate sobre as propostas. Nossos esforços incluíram ainda iniciativas relacionadas ao uso de minerais estratégicos para um mundo descarbonizado e à expansão de uma bioeconomia amazônica que respeite a diversidade regional. Um espaço crucial para a apresentação das soluções do nosso programa de segurança climática foi a COP28, realizada em Dubai no fim do ano. 

Na mesa pelo
futuro do mundo

Nossos esforços relacionados ao clima e à natureza têm sido apresentados em espaços de alto nível como o Conselho Consultivo de Alto Nível sobre Multilateralismo Eficaz (HLAB, na sigla em inglês), estabelecido pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres. Ilona Szabó, cofundadora e presidente do Instituto Igarapé, é a única representante latino-americana no grupo. Em abril de 2023, o HLAB lançou o relatório “Um ponto de inflexão para as pessoas e o planeta: Governança Global Eficaz e Inclusiva para o Presente e o Futuro” com um plano ambicioso para reformular a governança global e garantir que o sistema multilateral esteja melhor posicionado para enfrentar desafios como a crise climática e a falta de financiamento para o desenvolvimento sustentável. Ilona é membro, ainda, da rede dos Conselhos dos Futuros Globais. O Igarapé também esteve no Global Solutions Summit, em maio, e no Fim de Semana de Ação dos ODS (SDG Action Weekend), durante a Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Reconstruindo e fortalecendo
políticas de segurança

Após anos de desmantelamento das políticas de controle de armas no Brasil, em 2023 pudemos contribuir para a reconstrução de políticas públicas relacionadas ao tema. Oferecemos subsídios técnicos para o novo decreto de armas, publicado em julho, assim como, assinamos uma Nota pública analisando a medida ao lado de outras 30 organizações. Lançamos, ainda, o ranking de transparência Que arma é essa?, em parceria com a Open Knowledge Brasil. Ele avalia a qualidade de dados sobre armas fornecidos pelas 27 unidades da federação. Em nosso trabalho mais amplo relacionado à segurança pública, voltamos ao Conselho Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, e contribuímos para o Programa Juntos pela Segurança, de Pernambuco. Continuamos consolidando e atualizando dados relacionados à violência contra as mulheres por meio da plataforma EVA. Também apoiamos o lançamento da Rede Nacional de Atenção às Pessoas Egressas (Renaesp), pelo Conselho Nacional de Justiça.

Fazendo frente
a ameaças digitais

As iniciativas do Instituto Igarapé relacionadas à segurança digital têm foco em dois temas que vêm exigindo esforços globais: a mitigação dos riscos relacionados ao uso de tecnologias preditivas e o combate à desinformação. Criamos a Força-Tarefa Global em Análise Preditiva para Segurança e Desenvolvimento, em parceria com a organização New America, reunindo pensadores, profissionais e defensores de direitos humanos para avaliar resultados do uso dessas tecnologias e desenvolver recomendações na sua implementação. No combate à desinformação, nosso relatório Pulso da Desinformação foi tema de eventos no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e na Universidade de Harvard, para discutir como aplicar as lições aprendidas nas eleições brasileiras de 2022

Igarapé em números

145 mil

Acessos a publicações no site

37

Publicações

190

Artigos de opinião

+100

Participações em eventos nacionais e internacionais

3.600

Citações na imprensa

+97 mil

Seguidores em redes sociais

2024, um ano de águas já intensas

Uma janela de oportunidades foi aberta

2023
Realização da Cúpula da Amazônia e ascensão do Brasil à presidência do G20
2025
Realização da COP30
2030
Ano-alvo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, das metas do Acordo de Paris e do Marco Global Kunming-Montreal da Diversidade Biológica

Não temos tempo a perder, e o primeiro trimestre de 2024 foi intenso para o Igarapé. Começamos o ano participando novamente do Fórum Econômico Mundial. Intensificamos nosso trabalho relacionado ao G20, atuando na secretaria-executiva do Conselho Consultivo Nacional do grupo de engajamento de think tanks T20 e na coliderança de uma força-tarefa sobre fortalecimento do multilateralismo. Realizamos eventos com a participação de centenas de pessoas, como o I Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas e o II Encontro Regional – Estratégias de Enfrentamento aos Ilícitos Ambientais na Amazônia. 

 

Seguimos também atuando em outras frentes, como proteção de mulheres na Amazônia, regulação da inteligência artificial e segurança pública. Os desafios são múltiplos e diversos e o Igarapé seguirá avolumando os cursos que vão nos levar a um futuro sustentável, para as pessoas e para o planeta.

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