Igarapé apresenta contribuição para mecanismo global de proteção às florestas tropicais

Igarapé apresenta contribuição para mecanismo global  de proteção às florestas tropicais

 

Boletim lançado na COP28 detalha sistema simples e intuitivo para incentivar quem protege a floresta em pé

Estudo contribui no debate trazido pelo plano Florestas Tropicais para Sempre, anunciado pelo governo brasileiro em Dubai

 

O futuro coletivo, das pessoas e do planeta, depende da preservação das florestas tropicais que ainda existem. Responsáveis por resfriar a temperatura global em pelo menos 1°C, nelas estão dois terços da biodiversidade mundial e 29% da absorção das emissões anuais de CO2. O Global Futures Bulletin – Mecanismo internacional de financiamento para manter as florestas em pé,  que o Instituto Igarapé lança na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), em Dubai, detalha um sistema global de incentivo e compensação para indivíduos, entidades ou Estados que protejam a floresta em pé, com recursos que podem vir de múltiplas fontes – filantropias, fundos bilaterais e multilaterais, e investidores privados e institucionais.

O boletim do Igarapé traz subsídios para a discussão internacional de um tema no qual o governo brasileiro tomou a dianteira na COP28, com o anúncio do plano Florestas Tropiciais para Sempre, um modelo de financiamento para países que preservarem suas florestas. “É importante que os países com florestas tropicais sejam os promotores desse mecanismo, para que possa se tornar de fato global”, diz a cofundadora e presidente do Igarapé, Ilona Szabó. “Queremos contribuir para que o Brasil deslanche esse modelo de financiamento, de forma a oferecer uma compensação justa para contrabalançar os custos de oportunidade associados a atividades lícitas e ilícitas que ameaçam a floresta”. 

Com o mecanismo para florestas, afirma ela, será possível desenvolver modelos similares para beneficiar outros ecossistemas de grande valor ecológico. As linhas gerais deste boletim foram incluídas entre as recomendações divulgadas em abril passado pelo Conselho Consultivo de Alto Nível sobre Multilateralismo Eficaz (HLAB), do Secretário-Geral da ONU, do qual Ilona é integrante. 

O Global Futures Bulletin explica que o mecanismo é  complementar aos mercados de carbono, compensando quem está ativamente conservando as florestas tropicais, com base no pagamento por hectare de floresta preservada. De acordo com a publicação, os incentivos podem ser ofertados a pessoas, instituições públicas e privadas, ou países. O sistema, simples e intuitivo, começa com o cadastramento em um registro de fácil acesso e verificação via sensoriamento remoto. A compensação é anual, com a previsão de penalidades severas por cada hectare desmatado. Áreas ricas em biodiversidade poderiam receber uma bonificação adicional para incentivar a conservação. 

Para o financiamento, estão elencadas fontes diversas, como sinergias com programas de organismos multilaterais, plataformas de financiamento misto, fundos filantrópicos e investidores de longo prazo.

Como mostra o boletim, o mundo vive um momento  propício para a implementação do mecanismo, com diversos processos multilaterais e compromissos políticos – como os que podem sair desta COP – sinalizando uma dinâmica crescente em direção à conservação e ao manejo sustentável das florestas. Com 59% de seu território coberto por florestas, o Brasil, que sediará a COP30 em 2025, dentro da Amazônia, emerge como um ator-chave na evolução do mecanismo financeiro global. 

 

“Conservar as florestas tropicais não é uma opção, é uma determinação.  O bem-estar coletivo está intrinsecamente ligado à saúde e à sustentabilidade dos nossos ecossistemas. Apesar dos desafios, o dinamismo internacional, especialmente com a participação do Brasil, traz motivos para otimismo. Temos a oportunidade de canalizar essa energia coletiva em ações práticas. A urgência da crise climática atual exige ação, se queremos garantir o futuro de nossas crianças e das próximas gerações”, afirma Ilona Szabó.

 

Acesse aqui o Global Futures Bulletin – Mecanismo internacional de financiamento para manter as florestas em pé

 

Saiba mais sobre nossa participação na COP28.

 

Mais informações: raphael.lima@igarape.org.br /press@igarape.org.br / joao@pensatacom.com

 

Sobre o Instituto Igarapé 

O Instituto Igarapé é um think and do tank independente, que desenvolve pesquisas, soluções e parcerias com o objetivo de impactar tanto políticas como práticas públicas e corporativas na superação dos principais desafios globais. Nossa missão é contribuir para a segurança pública, digital e climática no Brasil e no mundo. O Igarapé é uma instituição sem fins lucrativos e apartidária, com sede no Rio de Janeiro e atuação do nível local ao global.

 

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