Coronavírus, prisioneiros do contágio

Publicado em 1948

Por Dandara Tinoco e Ilona Szabó

Os prisioneiros vivem sob a ameaça permanente do contágio. Não temos pena de morte no Brasil, mas essa pode ser a sentença de muitas pessoas presas, aqui e em outros lugares do mundo.

O sistema prisional é o ambiente perfeito para a disseminação do Covid-19 – um vírus respiratório, de contágio fácil, que tem sua propagação favorecida por aglomerações e baixas condições de salubridade. A negligência e demora nas ações devem gerar consequências mortais em presídios e também nas cidades que os abrigam.

Aqui, não há novidade. São frequentes as cenas e relatos de presos amontoados em celas, de restrição no fornecimento de água e do compartilhamento de produtos de higiene que deveriam ser individuais, como sabonetes. Até hoje, no entanto, terríveis imagens e narrativas não foram capazes de sensibilizar a opinião pública a ponto de provocar mudanças significativas na ação de governantes ou em nossas políticas penais.

A atual crise muda as coisas de patamar. Por um lado, agrava problemas de um sistema já desumano e ineficaz. Por outro, é uma chance de a sociedade perceber que prisões não são universos paralelos. Impactos fora dos muros, que já deveriam ser evidentes, se materializam nos caminhos percorridos pelo vírus. O contágio que ocorre dentro dessas unidades, portanto, diz respeito a toda a sociedade.

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