Violência Contra Mulheres: Como a Pandemia Calou um Fenômeno já Silencioso
Um ano após seu lançamento, o Instituto Igarapé lança a primeira atualização de dados da plataforma Evidências sobre Violências e Alternativas para Mulheres e Meninas (EVA), ferramenta que mapeia uma série de medidas de violência contra mulheres e meninas no Brasil, Colômbia e México. As pesquisas conduzidas pelo Instituto ao longo de 2020 apontam um triplo desafio a ser enfrentado pelo aparato que dá proteção às vítimas de violência doméstica no Brasil: manutenção de altos níveis desse tipo de violência; baixo número de denúncias e piora em diversos indicadores ao longo da pandemia. As mulheres tiveram mais dificuldades de denunciar e de receber atendimento, seja pela proximidade dos agressores no interior de seus lares, seja pela impossibilidade de sair de casa.
Parte dos achados estão no artigo Violência Contra Mulheres: Como a Pandemia Calou um Fenômeno já Silencioso, lançado e debatido no 14° Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A pesquisa foi apresentada na mesa redonda Violência Doméstica na Pandemia: Dados e Novas Formas de Enfrentamento e destaca que, durante o período do isolamento social (março a maio de 2020), houve um aumento de 6% nos casos de feminicídios em comparação a janeiro e fevereiro deste ano. Os dados são relativos a 17 estados e os maiores aumentos aconteceram em Goiás (47%), Rondônia (39%), Maranhão, Paraíba e Santa Catarina (33% cada). Foi possível observar que, além do incremento no número de feminicídios, cresceu também o número de chamadas relacionadas à violência contra mulheres em países de todos os continentes. No Brasil, houve maior procura em todos os estados, menos no Mato Grosso do Sul, segundo dados do 180.
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