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Violência em dobro
contra mulheres
na Amazônia
A Amazônia é uma região marcada por inúmeros conflitos socioambientais e intensas pressões devido à sobreposição de atividades econômicas lícitas e ilícitas. Essa situação gera disputas acirradas por terras, recursos hídricos e naturais, impactando diretamente a biodiversidade e os povos locais.
Conflitos na Amazônia:
1.046
Brasil
(2022)
25
Colômbia
(conflitos socioambientais ativos)
44
Peru
(conflitos socioambientais ativos)
Nesse contexto, as mulheres têm sofrido muito mais violências nas áreas marcadas por disputas fundiárias e uso de terras e águas do que nas outras regiões do país. Elas são desproporcionalmente afetadas e enfrentam ameaças e represálias tanto por seu ativismo na defesa do bioma quanto pelo ambiente de violência normalizada e desigualdade de gênero.
Desde 2021, o Instituto Igarapé vem mapeando os impactos desse cenário na vida das mulheres, incluindo os aspectos físicos e psicológicos. Os dados sobre o Brasil, a Colômbia e o Peru revelam que a violência contra mulheres na Bacia Amazônica é quase o dobro da registrada no restante de cada um dos três países.
Na Amazônia, a taxa de homicídio de mulheres supera a média do restante do país em:
48%
80%
27%
Taxa de homicídios no Brasil
Amazônia Legal vs. Restante do país (2000-2021)
Fonte: Óbitos por homicídios. Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Ministério da Saúde.
Taxa de homicídios na Colômbia
Região Amazônica vs. Restante do país (2001-2021)
Fonte: Homicídios – Estadísticas Vitales de Colombia. Departamento Administrativo de Estadísticas – DANE.
Taxa de homicídios no Peru
Região Amazônica vs. Restante do país (2017-2022)
Fonte: Ministério da Saúde do Peru (2023). SINADEF: Certidão de Óbito. Plataforma Nacional de Datos Abiertos.
No caso específico da violência sexual, a Amazônia brasileira apresenta uma taxa 30% maior do que no restante do país.
Taxa de violências não letais Amazônia Legal vs. Restante do país (2022)
Fonte: Coordenação Geral de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Plataforma DATASUS – Transferência de Arquivos.
Taxa de violências não letais Região Amazônica vs. Restante do país (2022)
Fonte: SIVIGILA Casos de violência de gênero atendidos pelo sistema de saúde registrados no Sistema de Vigilância em Saúde Pública SIVIGILA – Instituto Nacional de Saúde, entregues por solicitação.
Taxa de violências não letais Região Amazônica vs. Restante do país (2022)
Fonte: Casos atendidos no Centro Emergência Mulher- CEM. Programa Nacional para a Prevenção e Erradicação da Violência contra Mulheres e Integrantes do Grupo Familiar – AURORA. Portal Estadístico.
Embora os três países enfrentem desafios na implementação de políticas de combate à violência contra mulheres, é evidente a necessidade de uma abordagem interseccional, que leve em consideração a diversidade das mulheres amazônidas em seus respectivos territórios. Somente com essa perspectiva será possível planejar e executar políticas que tenham um impacto significativo na redução dos índices de violência contra mulheres em todas as suas diferentes realidades.
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Neste relatório, trazemos o ponto de vista de defensoras da bacia amazônica brasileira sobre suas experiências e propostas para os conflitos na região.
Pesquisa com 287 defensoras da Amazônia aponta que quase a metade sofreu algum tipo de violência entre 2021 e 2022.
