Defensoras
da Amazônia

Na Amazônia, mulheres sofrem violências – de todo o tipo, que marcam o corpo e o espírito – quando se levantam para combater a exploração ilegal dos recursos naturais da floresta, a invasão de suas terras, a expropriação de seus povos.

As defensoras compõem um grupo de múltiplas identidades e nacionalidades, pouco percebido nos registros oficiais de conflitos na região, muitas vezes tornado invisível pela violenta naturalização das agressões que tentam silenciá-las.

Tão naturalizadas que nem todas as mulheres na luta por direitos humanos e na defesa do meio ambiente se reconhecem como defensoras.

Em 2021, o Instituto Igarapé, com o apoio de quatro defensoras da Amazônia brasileira, realizou um primeiro levantamento buscando reconhecer essas mulheres, descortinar as violências contra elas e contribuir para sua segurança.

No ano passado, ampliamos o programa de pesquisa, treinamento e proteção com a participação de 14 mulheres do Brasil, Colômbia e Peru na condução desse trabalho

"É acreditar numa causa e acreditar que por essa causa vale mover o mundo de lugar!"
Angela MendesAcre, Brasil - Ativista socioambiental, coordenadora do Comitê Chico Mendes
"Ser uma defensora dos direitos humanos é viver perigosamente todos os dias".
Antonia Cariongo Maranhão, Brasil - Líder quilombola e ativista de direitos humanos
“É sentir a dor do outro, é se colocar no lugar daquelas pessoas que sofrem. Que por muitas vezes são leigas de informação, de como se defender, de como falar. Ser defensora é ser acolhedora”.
Atener WapichanaRoraima, Brasil - Ativista indígena contra violência infantil
"Reconhecer-se como uma defensora é reconhecer e legitimar a própria história de vida, luta e resistência. É sustentar o desejo de alcançar, por todas, a justiça e a reparação de toda violência que sofremos e testemunhamos todos os dias".
Celleny ServittaAmapá, Brasil - Educadora popular e comunicadora voluntária no Fórum Social Pan-Amazônico
"Quando uma mulher nasce na Amazônia, nasce uma defensora".
Claudelice SantosPará, Brasil - Ativista de direitos humanos e do meio ambiente, coordenadora do Instituto Zé Claudio e Maria
“A gente é forjada para ser defensora. Se não reagir, se não fizer algo, a gente é aniquilada. E só é possível se ver defensora inserida numa rede de mecanismos de proteção única”.
Dandara RudsanPará, Brasil - Articuladora política da RENFA - Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas
“É ter coragem para desmanchar a corrupção impregnada em órgãos públicos, que beneficia poucos com muito e assim perpetua o rótulo de um Brasil tão desigual”.
Dina CarlaMaranhão, Brasil - Ativista em saúde pública
"Ser defensora indígena é renascer perante o colonialismo, revivendo a cultura do nosso povo. Renascerei quantas vezes for preciso".
Elizângela BaréAmazonas, Brasil - Liderança indígena do Alto Rio Negro
“Ser defensora representa um esforço e uma luta para buscar um equilíbrio entre a natureza e os seres humanos”.
Maria de los Angéles NavarroMapiripán, Meta, Colômbia - Liderança agroecológica
“É ser voz do meu povo, honrar os nossos ancestrais e a memória de suas lutas e conquistas. É honrar a nossa história de existência, resistência, resiliência e (re)existência”.
Melina MacuxiRoraima, Brasil - Antropóloga atuante com povos indígenas originários da Venezuela
"A defensora é uma lutadora corajosa, que enfrenta questões sociais com convicção política, guiada pelo amor e pelo bem comum para todos e todas".
Miluska ElgueraLima, Peru - Antropóloga e ativista feminista
“Nós, povos indígenas sem território, estamos destinados a desaparecer. Ser defensora é proteger, defender a causa comum, nosso lugar. É seguir mantendo o vínculo com os espíritos da floresta”.
Susy Gaby Díaz GonzalesPucallpa, Ucayali, Peru - Líder indígena, presidente da Associação Intercultural Bari Wesna
“Defendo meu território/terra como defendo meu território/corpo, porque a interação que temos com a natureza é diferente de outras pessoas. Defendemos todas as vidas, humanas, não-humanas. Somos compostas por tudo o que há no ambiente natureza”.
Vanuza CardosoPará, Brasil - Líder quilombola, presidente do Conselho de Igualdade Racial do Município de Ananindeua
“É ter cuidado com a mãe terra. Quando se violenta uma mulher, se agride sua sabedoria, sua cultura e sua luta por defender a mãe terra, as mulheres, seu conhecimento e o cuidado com a humanidade”.
Zulma UlcuePutumayo, Colômbia - Líder indígena do povo Nasa
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Quem são, onde vivem, que violências sofrem

Neste infográfico, trazemos os resultados de uma pesquisa com 287 mulheres do Brasil, Colômbia e Peru que defendem a Amazônia.

Acesse o infográfico

Violência em dobro contra mulheres na Amazônia

Região marcada por conflitos, a Amazônia registra o dobro de casos de violência contra a mulher.

Veja os dados nesta Infopage

Como podem
se proteger

No Guia de Proteção a Defensoras de Direitos Humanos e Meio Ambiente na Amazônia, mostramos como fazer uma análise de risco pessoal e apresentamos propostas de ações de autoproteção e cuidado, além de uma lista de contatos para formar uma rede de proteção.

Guia do
Brasil
Guia da
Colômbia
Guia do
Peru

Desafios e recomendações
para a Amazônia

Neste relatório, trazemos o ponto de vista de defensoras da bacia amazônica brasileira sobre suas experiências e propostas para os conflitos na região. As violências que sofrem estão no centro da questão: o estudo aponta que, entre 2012 e 2022, houve 765 ataques – incluindo 36 assassinatos – contra mulheres na Amazônia Legal na luta pelo meio ambiente e direitos humanos.
Leia o relatório

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