O desafio das selvas de pedras

ISTOÉ Dinheiro

Fevereiro, 2018

Um dos efeitos do desenvolvimento econômico é a formação de grandes centros urbanos. A Revolução Industrial, por exemplo, deu origem às maiores cidades europeias. Essa mesma tendência deverá ser verificada, com mais intensidade, nas próximas oito décadas. A diferença é que a onda de desenvolvimento urbano subsequente criará megalópoles de proporções gigantescas, a maioria na África e na Ásia. Em 2100, Lagos, na Nigéria, deverá se tornar a maior cidade do mundo, com uma população de 98,3 milhões de pessoas, segundo um estudo feito pela Universidade de Ontário, no Canadá. Atualmente, esse espaço é ocupado por Tóquio, no Japão, com 36,1 milhões de habitantes. A capital japonesa, no entanto, nem deve figurar na lista das 10 maiores aglomerações urbanas daqui a 83 anos. Assim como São Paulo, hoje a quinta maior do mundo, com 19,6 milhões de moradores (considerando a região metropolitana). O motivo para essa concentração de megacidades na África e na Ásia é demográfico.

No mundo desenvolvido, a tendência é de uma queda populacional. O Brasil, apesar de ainda ser um país em desenvolvimento, deve experimentar o mesmo fenômeno. Mas há um efeito colateral nessa concentração enorme de pessoas: a importância política das cidades deve aumentar consideravelmente, segundo Robert Muggah, diretor do Instituto Igarapé, think tank brasileiro focado em violência e urbanismo. Segundo Muggah, em 2017, já houve uma mostra de como as metrópoles se tornarão importantes. Um grupo de 7,5 mil cidades, de todos os continentes, se comprometeu com um pacto para combater as mudanças climáticas, logo após o presidente americano, Donald Trump, retirar o país do Acordo de Paris. Vai ter governador querendo virar prefeito.

 

Rodrigo Caetano

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