Militares darão treinamento sobre segurança para civis brasileiros que atuam em países em conflito

CCOPABDezembro de 2016

Cerca de 25% dos países para os quais o Brasil prestou cooperação técnica nesse início de século são considerados frágeis pelo Banco Mundial ou a OCDE, em virtude da situação de conflito em que vivem ou acabaram de sair. Para preparar esses profissionais, o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), do Ministério da Defesa, inicia nessa semana um treinamento para civis que trabalham em situações de risco. O curso tem apoio do Instituto Igarapé.

O treinamento envolve parte teórica  e prática, incluindo técnicas de negociação e orientações para casos de incêndio, campo minado, sequestro e ataque terrorista. Os participantes são profissionais brasileiros com atuação em países instáveis. Para a edição deste ano, estão inscritos integrantes da Polícia Federal, Ministério da Defesa, Universidade de Brasília, Tribunal de Justiça Militar, Embrapa, Action Aid e outras organizações.

“Durante muitos anos, o Brasil enviou especialistas para diversos tipos de missão em contextos vulneráveis, mas sem preparo adequado. O curso busca suprir essa lacuna”, diz a coordenadora do programa de Consolidação da Paz do Instituto Igarapé, Eduarda Hamann.

Brasil: pioneiro no preparo de civis na América Latina e Caribe

O Brasil é o primeiro país da América Latina e Caribe a realizar esse tipo de treinamento. Cursos que preparam civis para atuação em contextos vulneráveis são comuns em países europeus e na América do Norte. “Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Noruega e Reino Unido, por exemplo, possuem essa cultura há algum tempo”, diz Eduarda.

Essa é a segunda edição do curso, atualizada e revisada, que também já faz parte do calendário oficial do CCOPAB para 2017. Um piloto foi realizado no ano passado com cerca de 20 brasileiros servidores públicos, funcionários de agências de cooperação e atuantes em missões humanitárias.

“A realização do curso mostra o compromisso do país com a saúde física e mental de brasileiros designados para missões desse tipo, e também o intuito de aumentar, um dia, a participação brasileira em missões da ONU. Uma preparação completa desses profissionais também reforça a imagem do Brasil como um país comprometido com a paz sustentável”, conclui Eduarda.

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