Gender and Mediation in Guinea-Bissau
Em Julho de 2017, o presidente da Guiné Bissau, José Mário Vaz, encontrou o político Domingo Simões Pereira, primeiro ministro de 2014 a agosto de 2015. Apesar de Pereira ter continuado como chefe do maior partido político do país, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ele foi dispensado (junto com seu gabinete) pelo presidente em agosto de 2015 durante uma luta pelo poder entre os dois homens. Em um anúncio público, Vaz justificou sua demissão como uma “quebra na relação de confiança”.
Por dois anos após esse evento, Vaz e Pereira se recusaram a falar um com o outro por suas diferenças em relação à implementação do Acordo de Conakry. O acordo tinha como objetivo lidar com algumas das raízes da recorrente instabilidade política do país. A reunião entre Vaz e Pereira foi uma surpresa para quem acompanhava o tema.
No entanto, nos bastidores, um pequeno grupo de mulheres facilitadoras trabalhou intensamente por meses para trazer os dois homens para a sala de reuniões. A reunião foi um resultado de seus persistentes e discretos esforços para reduzir as tensões e promover o diálogo entre os atores chave.
Este policy brief aborda as origens e o desenvolvimento do Grupo de Mulheres Facilitadoras (GMF), com foco no período de Maio a Novembro de 2017. O GMF pode não representar uma panaceia para a instabilidade política no país, mas oferece uma promessa e uma inovação na prevenção de conflitos na Guiné Bissau.
Ao abrir espaço para que mulheres facilitem o diálogo, o GMF estabeleceu novos canais de comunicação que poderão não só beneficiar o andamento do Conarky, mas também promover mais inclusão política. Se corretamente apoiado por atores nacionais e internacionais, o GMF poderá contribuir para a prevenção de futuras instabilidades políticas e violência no país. Dessa forma, GMF parece estar bem alinhado com os ideais da ONU e ECOWAS, de acordo com a Resolução do Conselho de Segurança 1325 (2000).
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