Constantes mudanças no Ministério da Justiça contribuem para a descontinuidade de políticas de segurança, dizem especialistas
Publicado no Globo
Com Melina Risso
BRASÍLIA E RIO – Especialistas ouvidos pelo GLOBO avaliam que as constantes mudanças de postos centrais no Ministério da Justiça e Segurança Pública contribuem para a descontinuidade de políticas públicas e projetos na área. Nos últimos cinco anos, por exemplo, nos governos Dilma Rousseff, Michel Temer e Bolsonaro, os ministros da pasta foram trocados, em média, a cada sete meses. Com a saída dos titulares, a tradição é que sejam alterados nomes no segundo escalão, em órgãos como a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Diretora do Instituto Igarapé, Melina Risso destaca que a segurança pública é um campo sempre deixado de lado pelo governo federal e que a situação se agrava pela falta de consolidação de uma política de longo prazo para o setor. Um exemplo da ausência de continuidade, segundo a pesquisadora, é o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), aprovado em 2018, que não saiu do papel no governo Bolsonaro.
— A questão da Segurança Pública se agrava pela falta de consolidação desta política pública. Cada ministro que entrou propôs um plano diferente para a Segurança, e o que a gente viu foi que nenhum deles foi implementado — afirma Melina Risso.
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