A primeira turma mista, com a presença de mulheres, inicia as atividades na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman)

Após um ano na condição de alunas da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), 33 cadetes finalmente ingressam na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Esta não seria uma notícia nova, se não fosse pelo fato que se tratam de cadetes do sexo feminino. Pela primeira vez na história do Exército Brasileiro, uma turma mista, com mulheres ingressantes na escola. Foram quase 193 candidatas para cada uma das 40 vagas abertas. Aos aspirantes a cadetes do sexo masculino, foram 400.

As jovens têm idades entre 18 e 22 anos, e prestaram um concurso de admissão de âmbito nacional em setembro de 2016. Em janeiro de 2017, as selecionadas na primeira etapa foram convocadas para prosseguirem no concurso. Após aprovação, as candidatas foram matriculadas e passaram a ser militares da ativa, na condição de alunas da EsPCEx. As que concluiram o curso com aproveitamento, prosseguem para a Aman, com a chance de após quatro anos de formação serem declaradas aspirantes a oficiais-das-armas, do quadro de material bélico ou serviço da intendência do Exército Brasileiro.

A participação feminina nas Forças Armadas brasileiras é o tema de um importante relatório do Instituto Igarapé – “Situações extraordinárias – a entrada de mulheres na linha de frente das Forças Armadas brasileiras”. A pesquisa contém entrevistas mulheres e homens na França, Inglaterra, Noruega e no próprio Brasil, e foi preparado para dar apoio às recrutas mulheres na AMAN e em outras academias das Forças Armadas. O grande objetivo é apoiar o recrutamento de mais mulheres – em 2016, elas representavam apenas 4% do efetivo das forças, todas em funções administrativas, educativas ou de saúde.

O rompimento desta barreira se fez com a aprovação das 40 meninas para as vagas de cadetes. Em 2018, elas iniciam a Aman para, a partir de 2021, terem o direito de alcançar até o posto mais alto da instituição – o de General de Exército. “A entrada de mulheres (…) para formação de oficiais no Brasil é um importante passo para a promoção de políticas de inclusão nas Forças Armadas brasileiras. Ao mesmo tempo, coloca em evidência a persistente desigualdade de gênero na sociedade.”, diz a pesquisa.

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