Brasil registra aumento em todas as formas de violência não letal contra mulheres, destaca plataforma de monitoramento do Instituto Igarapé

Meninas e adolescentes são as maiores vítimas da violência sexual no país.

 

Homicídios dolosos e feminicídios na Amazônia legal apresentam taxas preocupantemente maiores do que o restante do Brasil.

 

Pesquisadores destacam a importância de ações preventivas e políticas públicas eficazes.

 

Os dados atualizados da plataforma EVA (Evidências sobre Violências e Alternativas para Mulheres e Meninas), desenvolvida pelo Instituto Igarapé em parceria com a Uber, apontam que, entre 2022 e 2023, todas as formas de violências não letais registraram aumentos expressivos no Brasil –  as taxas de violência patrimonial cresceram 35%; de violência sexual subiram 28%; de violência física apresentaram um crescimento de 22%; e de violência psicológica aumentaram de 20%. A plataforma também revela que meninas de 0 a 14 anos são as principais vítimas em casos de violências sexuais, representando 59% das vítimas no Brasil e 69% na Amazônia Legal.

No caso da violência letal (homicídios dolosos de mulheres e feminicídios) apesar dos dados revelarem uma estabilização nas taxas a nível nacional neste mesmo período (2022-2023), nos estados da Amazônia Legal a situação se mostrou mais preocupante. As taxas de feminicídios e homicídios de mulheres são mais altas na região do que no restante do país: 19% maiores para feminicídios e 31% mais altas para homicídios.

“A plataforma EVA centraliza dados oficiais de saúde e segurança pública para preencher lacunas históricas de informações sobre a violência contra mulheres, tendo em vista que as violências letais são o centro das discussões sobre segurança pública, deixando as violências não letais – das quais as mulheres são as maiores vítimas – em segundo plano e fazendo com que não recebam a atenção necessária na formulação de políticas públicas e nos debates sobre o tema”, comenta Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé. 

Em sua atualização, a EVA busca ampliar a compreensão do público e dos gestores sobre a necessidade de focar em ações preventivas. O crescimento contínuo das violências não letais indica a persistência de fatores estruturais que colocam as mulheres em situação de risco. Nesse sentido, o objetivo da plataforma é estimular o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas que funcionem e que de fato reduzam a violência contra as mulheres e meninas. O Instituto Igarapé reforça que dados confiáveis são uma ferramenta indispensável para entender o problema e desenvolver respostas que reduzam a

vulnerabilidade de mulheres e meninas.

“O apoio que a Uber oferece ao Igarapé desde o lançamento da plataforma EVA reflete o compromisso da empresa com a segurança das mulheres, materializado por meio de parcerias com organizações especializadas no tema. O trabalho de coleta e análise dos dados do Instituto Igarapé é essencial para a formulação de políticas públicas eficazes. E nosso papel está centrado na colaboração ampla entre empresas, terceiro setor e o poder público no combate à violência contra a mulher”, finaliza Gabriela Silveira, gerente sênior de políticas públicas na Uber.

Acesse a plataforma EVA

Acesse o infográfico com os dados brasileiros (uso autorizado para a imprensa)

 

Informações à imprensa: raphael.lima@igarape.org.br  (+55 21 965559019) / press@igarape.org.br

 

Sobre o Instituto Igarapé:

O Instituto Igarapé é um think and do tank independente, que desenvolve pesquisas, soluções e parcerias com o objetivo de impactar tanto políticas como práticas públicas e corporativas na superação dos principais desafios globais. Nossa missão é contribuir para a segurança pública, digital e climática no Brasil e no mundo. O Igarapé é uma instituição sem fins lucrativos e apartidária, com sede no Rio de Janeiro e atuação do nível local ao global. 

 

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