Boletim Futuros Globais: Lacunas na governança: Avaliando as disparidades globais nas iniciativas de políticas de IA ao redor do mundo

O avanço acelerado da inteligência artificial (IA) vem superando os atuais esforços de governança global voltados à sua segurança e ao alinhamento com princípios éticos. Enquanto Estados Unidos, Europa e China lideram o desenvolvimento de tecnologias e políticas regulatórias, a maioria dos países, especialmente no Sul Global, enfrenta dificuldades para acompanhar o ritmo, o que pode aprofundar desigualdades econômicas e concentrar poder em um número restrito de países e grandes empresas de tecnologia.

 

A coordenação e supervisão em níveis global, regional, nacional e local são essenciais para garantir uma distribuição justa dos benefícios da IA e mitigar seus riscos. Governos, empresas e organizações da sociedade civil têm construído um ecossistema de leis, políticas e normas com o objetivo de influenciar o rumo do desenvolvimento da IA.

 

Para mapear esse cenário em transformação, o Instituto Igarapé utilizou o AI Governance Ecosystem Database (AI-GED) – um repositório global que mensura e monitora os instrumentos de política de IA com foco em segurança, alinhamento e impacto socioeconômico. Em 2024, a base de dados agrega 734 iniciativas em 78 países e organizações regionais, classificadas por tipo, entidade emissora, público-alvo, princípios-chave e outras variáveis.

 

O AI-GED está disponível em formato de visualização interativa, permitindo que os usuários explorem a evolução das políticas de IA ao longo do tempo e em diferentes regiões. A base de dados também evidencia a crescente desigualdade entre o Norte e o Sul Global na governança de IA: a maioria das iniciativas está concentrada em países de alta renda, com forte liderança governamental e participação significativa do setor privado em contextos de renda média e alta. Apesar da diversidade de iniciativas, regulamentações com força legal ainda são limitadas.

 

O estudo analisa ainda como fatores socioeconômicos influenciam a formulação de políticas públicas e reconhece limitações da própria base, como a necessidade de atualizações constantes e a desigualdade no acesso e transparência dos dados entre países e instituições, fatores que podem gerar lacunas de cobertura e vieses nos registros.

 

Leia a publicação (somente em inglês)

 

Conheça mais sobre o tema no Global Futures Bulletin: Responsible Artificial Intelligence Efforts In the Global South e no estudo Responsible and Safe AI: A Primer for Policymakers in the Global South

 

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