Vidas negras importam
Publicado em Folha de S. Paulo
Por Ilona Szabó
“Eu não consigo respirar”. Essas foram as últimas palavras de um cidadão americano, George Floyd, gravadas em vídeo, enquanto ele era sufocado por um policial até ficar inconsciente e, em seguida, falecer. Já vimos esse filme. Mais de mil pessoas são mortas pela polícia nos EUA todos os anos, a maioria delas jovens e negras. Essas mortes destroem famílias, mas são muitas vezes ignoradas pelas autoridades. Desta vez é diferente. Protestos eclodiram em mais de 140 cidades americanas e um presidente enfraquecido e com medo insta os governadores, a quem chama de fracos, a reprimi-los com o uso da força.
Os paralelos com o que está acontecendo no Brasil são desconcertantes. Bolsonaro foi eleito prometendo uma “licença para matar” aos policiais do país —que já matavam mais do que em qualquer outro lugar.
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