Somos a Amazônia
Publicado na Folha de S.Paulo
Por Ilona Szabó
O nosso cérebro tem dificuldades de processar e compreender grandes números, áreas geográficas e períodos de tempo. É desafiador materializar o que nos parece intangível e distante. A imensidão da floresta amazônica, com os milhões de quilômetros quadrados de terra (e os 200 mil campos de futebol que ela perdeu nos últimos 10 meses), as bilhões de toneladas de gás carbônico que ela absorve, e as previsões assustadoras do que será dela em 10 ou 20 anos fazem com que a maioria de nós olhe para a região no mapa sem saber muito bem o que fazer para conter a destruição e o desmatamento ilegal.
Como consumidor, credor, investidor, ou mesmo ativista ambiental, o desafio às vezes parece imenso e complexo demais. E pode gerar paralisia ou inação. No passado, faltava informação, capacidade de monitoramento e ação. Com isso, criminosos, grupos de interesse privados, políticos e funcionários públicos corruptos, e políticas públicas equivocadas destruíram quase 20% do nosso bem comum. Mas hoje a realidade é outra. Através de tecnologia de sensoriamento remoto, big data, e inteligência artificial, temos olhos no céu e no solo. A grande imensidão verde está tomando forma de dados —e a não proteção da floresta é uma escolha e não uma impossibilidade.
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