PRESS RELEASE: Ouro ilegal mina florestas e vidas na Amazônia, mostram vídeo e publicação do Instituto Igarapé
PRESS RELEASE
Ouro ilegal mina florestas e vidas na Amazônia, mostram vídeo e publicação do Instituto Igarapé
Materiais detalham como operações de garimpagem têm conexões com outros crimes e propõe recomendações entre políticas públicas e corporativas
Corrupção, desmatamento, violência, contaminação de rios. Ilegalidades cometidas no ciclo do ouro têm provocado a destruição de florestas e de vidas, sobretudo de populações indígenas, na Amazônia brasileira. Os detalhes sobre as conexões entre garimpagem e segurança — e também sobre como políticas públicas e corporativas podem mudar esse cenário — são tema de publicação e vídeo “O ouro ilegal que mina florestas e vidas na Amazônia”, lançados pelo Instituto Igarapé nesta quinta-feira, 8 de abril.
O artigo estratégico em inglês, com sumário executivo em português, e o vídeo em animação, com versão em português e em inglês, apresentam números que dão um panorama da situação. Nada menos que 321 pontos de mineração ilegal foram identificados em nove estados da região, de acordo com a Rede Amazônica de Informação Socioambiental (Raisg).
Nos últimos anos, um aumento na procura geral por ouro gerou um crescimento também na demanda relacionada à mineração ilegal de ouro na região. As consequências são mortais. A contribuição do garimpo para as taxas de desmatamento em territórios indígenas na Amazônia aumentou de 4%, em 2017, para 23% (junho de 2020), de acordo com o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter). Além disso, garimpeiros usam mercúrio para extrair o metal, contaminando rios, peixes e quem depende deles para viver, como os povos indígenas Yanomami e Munduruku. De acordo com o Ministério Público Federal, 1 kg de ouro representa cerca de R$1,7 milhão em danos ambientais, resultando em um custo cerca de 10 vezes maior que o preço do mercado do ouro.
Os materiais propõem alternativas para reverter esse cenário. Elas incluem medidas urgentes, como o reconhecimento e a proteção de terras indígenas e o rechaço do Projeto de Lei nº 191/2020, que tramita no Congresso Nacional, abrindo essas terras para exploração mineral. Passam também pela necessidade imediata de digitalização da compra do ouro e pelo estabelecimento de novos critérios para concessão de permissão de lavras garimpeiras para que mecanismos efetivos de controle possam ser implementados.
“A preservação da floresta amazônica é fundamental para que se evite um colapso climático irreversível. Dessa forma, a necessidade de impedir a mineração ilegal e proteger as terras indígenas na Amazônia é mais urgente do que nunca”, afirmam os autores do documento.
Assista ao vídeo: http://bit.ly/VideoMineracaoIlegal.
Leia a publicação: http://bit.ly/Mineracao-ilegal.
Confira os outros materiais: https://igarape.org.br/temas/seguranca-climatica/mineracao-ilegal/.
Para entrevistas, entre em contato pelo e-mail: press@igarape.org.br.
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As mudanças climáticas estão acelerando e multiplicando ameaças à segurança em todo o mundo. Desastres ambientais e tensões como secas, inundações e elevação do mar do Ártico e Antártico para as Américas, África e a Ásia estão contribuindo para a insegurança alimentar, alimentando fluxos migratórios e aprofundando a agitação social e a violência. Enquanto isso, da Amazônia ao Congo e Bornéu, o crime ambiental desenfreado está contribuindo para a insegurança e gerando um ciclo vicioso que acelera as mudanças climáticas. Há uma preocupação crescente com a complexa relação entre mudanças climáticas e a insegurança na ONU, nos fóruns regionais, a nível municipal e nacional. Ainda assim persistem grandes lacunas de informações. Com o objetivo de ampliar sua pesquisa aplicada, o desenvolvimento de tecnologia e atividades em várias áreas das agendas de segurança climática, o programa Segurança Climática do Instituto Igarapé tem como objetivo expandir a conscientização e a ação sobre alguns dos desafios mais urgentes que a comunidade global enfrenta.