Pedido de perdão das Farc por sequestro dá legitimidade a processo de paz, mas não reduz polarização na Colômbia
Publicado no Globo
Com Katherine Aguirre
Quase quatro anos depois da assinatura do acordo de paz com o governo colombiano, os dirigentes das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), reconheceram nesta semana, pela primeira vez, o sequestro de milhares de pessoas e expressaram seu pesar pela “dor” e “humilhação” que lhes causaram no cativeiro.
Katherine Aguirre, pesquisadora associada do Instituto Igarapé, cita rumores de uma reunião entre líderes da antiga guerrilha e o ex-presidente, Juan Manuel dos Santos, artífice do acordo, que teriam culminado com a declaração “surpreendente”.
— É a primeira vez que assumem as responsabilidades por crimes atrozes, e o fazem em em contraposição aos depoimentos da semana passada, considerados ambíguos. De toda maneira, nos dá esperanças e esperamos avançar no tema da reparação necessária às vítimas — afirma Aguirre, que também não descarta que o depoimento de Betancourt tenha influenciado no pedido de desculpas. — É um personagem muito importante do conflito, que deu uma declaração muito pungente.
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