Passar a boiada não é uma opção
Por Ilona Szabó e Laura Trajber Waisbich
Publicado no El País Brasil
Na semana passada, bombas de gás lacrimogêneo e flechas se encontraram no gramado da Esplanada dos Ministérios. Representantes de povos indígenas de todo o Brasil, protestando contra projetos anti-indígenas tramitando no Congresso, foram duramente repreendidos por forças de segurança.
Não é de hoje que os povos indígenas encontram a face repressiva do Estado. Não seria exagero dizer que os desencontros têm mais de 500 anos. Mas há algo de novo e preocupante nos dias de hoje. A expansão da proteção do Estado aos povos originários tem sofrido grandes reveses nos últimos anos. Trata-se de uma antipolítica: uma rede de atos de cunho legislativo ou administrativo que desmantelam o arcabouço desenhado ao longo das últimas três décadas para garantir a igualdade formal e material dos povos indígenas no Brasil.
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