No debate da migração climática, não há lugar para fugir
Por Ilona Szabó
Publicado na Folha de S.Paulo
Escrevo esta coluna de Sharm El-Sheikh, no Egito, mergulhada na intensa agenda de negociações, reuniões e eventos públicos da COP27. Enquanto espera a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva —certamente a maior novidade política este ano e o catalisador do reengajamento brasileiro nas discussões e decisões globais referentes à pauta climática— a cúpula do clima ocorre sob a sombra de múltiplas crises.
Uma destas crises ainda não ganhou a relevância que demanda: a migração de milhões de pessoas em função das mudanças climáticas e do deslocamento provocado por desastres. Ela tem o potencial de desafiar a governança de Estados e desencadear reações políticas em massa, incluindo o populismo, para além dos amplos custos sociais e econômicos. E está conectada com muitas outras, como a guerra russo-ucraniana, a persistente pandemia da Covid-19 e, obviamente, a emergência climática.
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