Mundo olha para Brasil com horror
Há relativo consenso de que a democracia corre risco
Por Clóvis Rossi
Publicado originalmente na Folha de S.Paulo
Oliver Stuenkel, excelente analista, professor de Relações Internacionais na Fundação Getúlio Vargas, relata, em artigo para Americas Quarterly:
“Em debate em classe, um dos meus alunos notou secamente que os eleitores [brasileiros] teriam que escolher entre o terror e horror”, em referência a um eventual segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.
É esse, basicamente, o tom que marca o olhar externo sobre o pleito brasileiro, pondo ênfase em Bolsonaro quando se trata de falar de terror.
Já não bastasse a Economist ter levado Bolsonaro à capa, faz duas semanas, com o título “A mais recente ameaça à democracia na América Latina”, vem Le Monde deste sábado com a manchete de capa: “Extrema direita às portas do poder”.
Não preciso dizer que o vespertino francês considera a extrema direita uma ameaça, tanto quanto a Economist.
Rocio Cara Labrador, que cobre América Latina para o Council on Foreign Relations, escreve: “A eleição geral no Brasil será um dos maiores testes para a sua democracia em décadas”.
Em artigo para o Projeto Syndicate, Robert Muggah, cofundador do Instituto Igarapé, belo centro de estudos especializado em segurança, prevê que os conservadores brasileiros farão “um pacto do diabo com o demagogo de extrema direita Jair Bolsonaro”, do que decorreria “pôr em risco o sistema democrático”.
Essa ideia de que a democracia está em risco com a eleição perpassa boa parte das análises externas sobre o pleito brasileiro.
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