A brutalidade do Brasil

Por Ilona Szabó

Publicado na Folha de S.Paulo

Parem e reflitam. O que os números a seguir dizem sobre nossa sociedade, Sistema de Justiça e o Estado brasileiro?

Quatro meninas de até 13 anos são estupradas por hora no Brasil. De 1994 a 2018, foram 655.836 nascidos vivos, cerca de 26 mil partos de meninas entre 10 e 14 por ano —crianças parindo crianças. E o pior é que esses números são somente a ponta do iceberg —a violência sexual, por motivos que vão desde a vergonha, até a ameaça, é muito subnotificada.

Até os 14 anos, a lei diz que qualquer gravidez é fruto de estupro, e garante que a interrupção da gestação seja feita legalmente em hospitais públicos. Cerca de seis abortos em meninas vítimas de estupro são realizados diariamente no Brasil. O que reflete um número muito menor do que os casos de violência cometidos. Isso nos diz que para muitas meninas o direito de interromper a gravidez lhes é negado, em muitas ocasiões nem sequer cogitado, o que em inúmeros casos coloca em risco as suas vidas, e em todos eles, no mínimo, lhes rouba a infância. Para não falar dos traumas resultantes do abuso sexual.

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