“As mudanças climáticas podem forçar a migração de centenas de milhões de pessoas”, alerta o Instituto Igarapé no novo boletim “Futuro Global”

Novo relatório do Instituto Igarapé fornece um panorama com o escopo e a escala
dos desafios de migração e deslocamento que estão por vir

 

Aumento da temperatura global e eventos climáticos extremos estão influenciando cada vez onde e como as pessoas vivem. Ondas de calor, secas, incêndios florestais, furacões e tempestades tendem a desencadear grandes evacuações e deslocamentos repentinos de pessoas. Estresses climáticos como a escassez de chuva, seca, diminuição do nível de lençóis freáticos e o aumento do nível do mar, moldam, cada vez mais, os padrões de migração. 

Apesar do aumento significativo do conhecimento sobre o escopo e a escala das mudanças climáticas nos últimos anos – inclusive do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – as respostas para que se possa prevenir e preparar o deslocamento e as migrações por parte dos governos locais, agências internacionais, setor privado e sociedade civil, ainda estão muito aquém do necessário. O novo relatório do Instituto Igarapé “Boletim Futuro Global – Não Há Lugar para Onde Correr” fornece um panorama com o escopo e a escala dos desafios de migração e deslocamento que estão por vir. Lançado em 14 de novembro de 2022, o relatório destaca as relações entre as mudanças climáticas, vulnerabilidade social e econômica e os padrões de migração e deslocamento.

Não Há Lugar para Onde Correr explora os esforços globais, regionais e nacionais que visam a mitigar riscos relacionados às mudanças climáticas e a adaptação aos eventos climáticos, cada vez mais frequentes e intensos. Quase 60 milhões de pessoas em todo o mundo já foram deslocadas em função das mudanças climáticas em 2021, superando o deslocamento devido aos conflitos armados. Entre 216 milhões e 1,2 bilhão de pessoas poderão enfrentar  pressões cada vez maiores para abandonarem seus países de origem devido a tensões relacionadas ao clima, que variam de ondas de calor ao aumento do nível do mar. Os países em desenvolvimento são os mais afetados: até 86 milhões de pessoas estão em risco de perderem suas casas em meados do século na África Subsaariana, 49 milhões no Leste Asiático, 40 milhões no Sudeste Asiático e 17 milhões na América Latina. “O investimento público e privado na adaptação e mitigação do clima ainda está muito aquém do necessário. As mudanças climáticas podem levar centenas de milhões de pessoas a migrarem, principalmente a população de baixa renda, que encontra-se mais vulnerável”, afirma a co-fundadora e presidente do Instituto Igarapé, Ilona Szabó.

Emergências climáticas exigem que se repense as prioridades nas políticas públicas. O investimento inicial para prevenção e preparação é mais custo-efetivo do que gerenciar deslocamentos e migrações em grande escala. Não Há Lugar para Onde Correr descreve como o apoio global, regional e nacional voltado a sistemas de alerta precoce, Soluções Baseadas na Natureza (SBN), além de promover a resiliência às comunidades em risco, são essenciais.

Acesse a publicação neste link (disponível apenas em inglês).

Para entrevistas com os autores da publicação, entre em contato pelo e-mail press@igarape.org.br.

 

Sobre o Instituto Igarapé:

O Instituto Igarapé é um think and do tank independente focado nas áreas de segurança pública, climática e digital e suas consequências para a democracia. Seu objetivo é propor soluções e parcerias para desafios globais por meio de pesquisas, novas tecnologias,  comunicação e influência em políticas públicas. O Instituto trabalha com governos, setor privado e sociedade civil para desenhar soluções baseadas em dados. Fomos premiados como a melhor ONG de Direitos Humanos no ano de 2018 pelo Instituto Doar e melhor think tank em política social pela Prospect Magazine em 2019.

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