Palavras ao vento
Por Ilona Szabó
Para a Folha de S. Paulo
No Brasil, tragédias se repetem como pesadelos recorrentes. Pouco ou nada se faz para que virem aprendizado e ação. A crise no sistema penitenciário ilustra o ponto, sendo o massacre em quatro presídios de Manaus, com 55 detentos mortos no final de maio, mais um episódio da barbárie anunciada.
Já escrevi sobre o que precisa ser feito para que o sistema penitenciário cumpra suas funções de executar a pena, separar o criminoso do mundo do crime e oferecer oportunidades reais para a ressocialização de detentos. Mas sinto que são palavras ao vento.
Sei que há esforços no Ministério da Justiça e em alguns estados para construir novos presídios. Afinal, já temos o dobro de presos para o número de vagas disponíveis —a maioria insalubre— e o déficit só aumenta.