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Por Ana Borges

Publicado na Voz da Serra

ILONA SZABÓ DE CARVALHO é cientista política especializada em segurança pública e política de drogas, e diretora-executiva do Instituto Igarapé, fundada por ela e o marido Robert Muggah, economista e acadêmico canadense. Em entrevista à revista Exame, declarou: “Lemas como ‘Bandido bom é bandido morto’, ao contrário do que possa parecer, colocam todos nós em risco”. Autora do livro Drogas: as histórias que não te contaram (ed. Zahar), lançado em 2017, Ilona é co-roteirista do documentário Quebrando o Tabu.

Entre 2003 e 2005, coordenou uma das maiores campanhas de coleta de armas da história, que resultou em mais de 500 mil armas de fogo retiradas de circulação em todo o Brasil. Também coordenou a participação da sociedade civil para a Declaração de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento entre 2009 e 2012. Entre 2008 e 2010 foi secretária-executiva da Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia.

De 2011 a 2016, foi secretária-executiva da Comissão Global de Políticas de Drogas, onde organizou encontros e debates para divulgar práticas sobre políticas de drogas adotadas em mais de 30 países, ao lado dos ex-presidentes Cesar Gaviria, Ernesto Zedillo, Fernando Henrique Cardoso e Ruth Dreifuss, e do ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.

Colaborou com a produção de documentos-referência sobre política de drogas, usados tanto na experiência de regulação da cannabis no Uruguai como no Acordo de Paz na Colômbia. Recebeu o prêmio internacional Líder Responsável da Fundação BMW, e em 2015, foi nomeada Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial. Desde então participa anualmente dos encontros anuais do Fórum, em Davos.

Em 2016 foi jurada internacional para o Desafio Bloomberg para Prefeitos na América Latina e atua como consultora para organizações internacionais, como a OCDE, PNUD, UE e ONGs internacionais, conduzindo avaliações pela América Latina e África.

Sua obra mais recente, escrita em parceria com Melina Risso, doutora em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas, Segurança pública para virar o jogo (Ed. Zahar), “mostra um panorama dos principais desafios da segurança pública e da justiça criminal no Brasil, em busca de respostas para perguntas-chave do setor, como: por que o Estado brasileiro não consegue proteger os cidadãos? O que causa tanta tragédia? Como governar a segurança pública?”

Em agosto último, reafirmou em entrevista para o jornalista Leo Branco (revista Exame) que o livro estava sendo lançado em plena campanha eleitoral, por uma questão estratégica.

“Nosso objetivo com o livro é explicar o tema de forma acessível trazendo dados, exemplos concretos e propostas para os principais eixos da questão, e desta forma contribuir para que os cidadãos votem de forma mais consciente e informada. Não queremos que o medo e a desinformação limitem nossas escolhas. O livro é um dos materiais que serve de base para uma campanha e um site que estamos lançando em 03 de setembro chamada – Para virar o jogo (www.paravirarojogo.com.br). Segurança pública é um dos principais temas do debate eleitoral e que pode definir muito mais que quatro anos de governo. Pode traçar a visão e o rumo que o país seguirá no âmbito democrático. Sua compreensão ainda é muito limitada pela sociedade e até mesmo pelos governos e instituições públicas. É muito mais que polícia, começa na prevenção, envolve obviamente as polícias estaduais e federais, a defensoria e o Ministério público, as varas de execução penal e o sistema penitenciário. É uma responsabilidade compartilhada por diversas instituições do sistema de segurança pública e justiça criminal.”

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