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Elas são o que se chama de "população escondida". É um grupo de pessoas difícil de ser alcançado, com tamanho e membros desconhecidos. Levantamento do Igarapé de 2021 mostra que boa parte delas não se reconhece como defensora.
Nos três países, a faixa etária predominante revela mulheres adultas em idade economicamente ativa.
O nível de escolaridade de ensino médio aponta para a relevância dada à formação. Das mulheres ouvidas no Brasil, 24% têm ensino superior completo e 26% cursam ou cursaram uma pós-graduação.
As defensoras ouvidas retratam na pele as várias Amazônias. No Brasil, a maioria é negra. A Colômbia equilibra as três etnias e, no Peru, quase a totalidade é indígena.
As causas das defensoras que se destacam em cada país refletem as lutas das populações locais. A defesa da terra e de seus povos é seu ponto de união.
Professoras, técnicas agrícolas, articuladoras políticas, cuidadoras – as defensoras exercem múltiplas profissões, muitas vezes não identificadas como tal.
Boa parte das mulheres entrevistadas tem menos de 10 anos de atuação, por se encontrarem entre a juventude e a meia idade.
Há defensoras que circulam e vivem na floresta profunda, há as que estão no campo na luta pela reforma agrária. Outras moram em áreas urbanas intimamente ligadas ao ecossistema do crime ambiental que ameaça a Amazônia.
A maioria das entrevistadas vive em ambientes rurais, em especial comunidades nativas na Colômbia e no Peru, e terras indígenas e quilombos no Brasil.
As defensoras, na maior parte dos casos, saem de onde vivem por necessidade econômica ou para estudar. Chamam a atenção o alto índice de “motivos pessoais”, que podem mascarar violências domésticas; e a situação na Colômbia, onde 24% delas deixaram seus territórios por força de conflitos armados.
47% das defensoras entrevistadas sofreram algum tipo de violência entre 2021 e 2022
As mulheres entrevistadas apontaram que os conflitos em seus territórios são motivados por desmatamento, projetos de infraestrutura e pela presença da mineração ilegal no Brasil; desmatamento, narcotráfico e agropecuária na Colômbia; e disputas territoriais, extração ilegal da madeira e desmatamento no Peru.
Nem sempre as mulheres que sofrem violências conseguem identificar quem as comete, em especial quando são aquelas incorporadas à cultura e naturalizadas em seu dia a dia. Os altos índices de respostas das defensoras dos três países apontando “desconhecidos”, porém, sugerem táticas de intimidação e silenciamento por parte dos perpetradores.
Os meios utilizados para cometer violências contra as defensoras variam de acordo com cada país. No Brasil, os meios eletrônicos, que incluem as mídias sociais, se tornaram o principal instrumento dos violentadores, enquanto no Peru a violência verbal ainda impera. A Colômbia é onde o uso de armas de fogo e da violência corporal mais se destaca.
A maioria das mulheres ouvidas não é remunerada por sua atuação na defesa da floresta e dos povos que lá vivem, o que adiciona mais uma camada de violência à sua integridade física e emocional.
Em suas respostas, as defensoras indicam que enfrentam diferentes entraves à sua liderança, mas com o objetivo comum de silenciá-las.
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